O
Poeta E A Estrela
(Carlos Omar
Vilella Gomes, Nilton Ferreira)
Ele buscava,
sangrado,
Coisas suaves pra
dizer...
Mas tinha versos
povoados
De morte e de
renascer.
Ela, tão bela,
assistia
A alma dele
incendiar...
Virar bem menos que
cinzas
Pra depois ressuscitar.
Ele maldizia o sol
Que lhe ofuscava a
visão;
Ela flutuava tão
plena
No céu do seu
coração.
Ela jamais
desbotava...
Não deixava de
brilhar;
Ele, sedento,
implorava
Ganhar asas pra
voar.
Ela de longe sorria
Pra quem sonhava
tê-la
E no seu peito
trazia
O céu de só uma
estrela.
Ele sequer
desconfiava
Entre suas nuvens
de pó,
Que a estrela que
lhe encantava
Era de um poeta só!
Que asas o levariam
Ao mais bonito dos
céus?
Buscou asas de
poesia
Com alma, pena e
papel.
E ele então revoou
E desvendou
infinitos,
Levando nessas
alturas
Os seus amores
aflitos.
Ele morreu,
renasceu,
E continuou a
escrevê-la...
Até que um dia
encontrou
Os olhos da sua
estrela.
E os dois zombaram
da morte
Que castigava sem
dó;
O céu de só uma
estrela...
A estrela de um poeta
só!