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Mostrando postagens com marcador Marcelo Góes. Mostrar todas as postagens
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Vertentes

Vertentes
(Marcelo Góes, Diego Camargo)

No ar, o aroma das flores
Emite sinais de um cenário por vir
O agricultor com as mãos calejadas
Evoca suas preces a deus ao dormir
Desde setembro é uma árdua jornada
Outrora sofrida sem nunca desistir
Arados a postos! A terra desnuda
Aguarda a semente para se fundir

Lá “nas casa” se ouve cantigas do sul
Na barragem um piazito pescando ao léu
É cedito e o mate aquece as almas
O som dos tratores faz um escarcéu
Um guaipeca festeiro agita o ambiente
Chuveu, veio sol, tem arco-íris no céu
Um sapucai estridente é ouvido a distância
É o capataz da estância fazendo seu papel

Verte esperança do ventre pampeano!
Cada homem no campo gera produção
Chuleia o clima como num jogo de truco
Quer 12 pontos e agüenta o tirão
Na família o esteio, a essência, o afago
O amparo almejado em dias de exaustão
A lida é pesada um sagrado ritual
Quiçá esse esforço não seja em vão

Mais adiante estrelas vigiam as lavouras
Dão brilho ao dourado tom dos arrozais
A lua cheia é prenúncio de fartas colheitas
Sob proteção de nossos ancestrais
Se passaram alguns meses ... Amanheçe o dia
O trem corta os trilhos rumo ao cais
Um galo ouriçado ecoa seu canto
Fazendo parceria com os cardeais

É domingo e a campanha está mais risonha
Pariu grãos em uma safra que valeu por três
Enche o peito de orgulho toda a peonada
Ontem o patrão mandou carnear uma rês
O churrasco apronta no fogo de chão
Trovadores rimando um de cada vez
Fragmentos da herança de nosso passado
Evidências de uma estirpe com intrepidez

Semeando Acordes E Versos


Semeando Acordes E Versos
(Marcelo Góes, Renan Biscaglia)

A cabresto levo comigo
Lembranças de gauderiadas
A memória é o abrigo
Dos rastros de minhas pegadas

Nas campereadas da vida
A galope os anos vão
Cada instante é uma acolhida
Um novo aperto de mão

Semeando acordes e versos
Na roda de chimarrão
Os pensamentos dispersos
Se alinham no violão

Onde quer que se esteja
No mapa desta querência
Nosso sangue gaúcho lateja
Com orgulho e veemência

Na sombra dos cinamomos
Em mais um entardecer
Penso que abençoados somos
Tendo o Rio Grande pra viver

Recomeço


Recomeço
(Marcelo Góes, Marcos Lázaro)

No horizonte o sol desponta
Anunciando o amanhecer
Se ontem foi tempestade
A calmaria há de aparecer

Tudo tem o seu tempo
Controle as rédeas do coração
A cancha é longa e bela
Tranque as porteiras pra solidão

Sinta a liberdade plena
Mantenha os pés no chão
De asas aos seus sonhos
Que a realidade brota da imaginação

Cada dia é um recomeço
Uma nova chance de ser feliz
Escreva sua linda história
Que seja sábia desde a raiz

Trilhe os caminhos da paz
Da harmonia e do amor
Que tudo retorna em dobro
Um presente do Criador

Tributo A São Gabriel

Tributo A São Gabriel
(Marcelo Góes, Marcos Lázaro)

Conta a história que num dia de finados
Pelas mãos de um espanhol desbravador
Nasceu o berço da cultura dos gaúchos
Referência desta pátria com louvor

Pago onde tradição se leva a sério
Em memória de ilustres ancestrais
Abençoada pelo arcanjo e o patrão-velho
Marcha avante a terra dos marechais

São Gabriel já teve filho presidente
Foi arena da nossa revolução
Com o rio Vacacaí onipresente
Gerou legado de um letrado cidadão

A la pucha é das bandas da fronteira
É vizinha da Argentina e Uruguai
Oigalê tchê quanta gente hospitaleira
São Gabriel palco de fatos imortais

Na segunda grande guerra mundial
Seu marechal comandou expedição
E nesse chão com imenso potencial
Carreteiros sobrevivem à extinção

Na princesa das coxilhas há mistérios
Que estropiam nossa imaginação
Maria Guapa, irmãozinhos fuzilados
E Negrinho Sanga Funda assombração

Nesse rincão Indio Sepé se eternizou
Defendendo até a morte os guaranis
São Gabriel hoje pro mundo ecoou
Um brado forte de guerreiros varonis