Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Jorge Freitas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jorge Freitas. Mostrar todas as postagens

SONHO EM FLOR

TÍTULO
SONHO EM FLOR
COMPOSITORES
LETRA
FELIPE ÁLVARES
MÚSICA
JORGE FREITAS
INTÉRPRETE
JORGE FREITAS
RITMO
CHAMAMÉ
CD/LP
1ª GALPONEIRA DE BAGÉ
FESTIVAL
1ª GALPONEIRA DE BAGÉ
DECLAMADOR

AMADRINHADOR

PREMIAÇÕES
1º LUGAR


SONHO EM FLOR
(Felipe Álvares, Jorge Freitas)

Com cheiro de primavera
O teu perfume me enfeitiçou
Quando encontrei teu sorriso
Plantei o sonho do nosso amor

Canteiros pela janela
Pra cultivar este sonho em flor
Deixando a vida mais bela
Com mais pureza, poesia e cor

Semeei no jardim de inverno
Uma esperança que floresceu
Regando o meu sentimento
A flor dos olhos me apareceu

Chegou pra enfeitar a casa
Iluminar os caminhos meus
O sonho pedia vaza
E veio brotando nos braços teus

Com a flor do chamamé
Eu perfumo essa canção
Num aroma que me invade
Aflorando a emoção

E um buquê do mesmo pé
Entreguei pra solidão
Quando o brilho dos teus olhos
Encontrou o meu coração

E a cada dia que passa
Tenho mais flores pra ti entregar
Essências de campo e mato
E outras verdades do meu cantar

Buscando a felicidade
Hoje sei que o sonho encontrou lugar
E assim cresceu sem saudade
Com flor e luz pra desabrochar


**Colaboração – Canal do Roos

O Vento e a Sanga

O Vento e a Sanga
(Zulmar Benitez, Miguel Cimirro)

Com o vento companheiro eu andava conversando
Reclamei das suas vozes que estão sempre cambiando
E no toco ele me disse: Feche os olhos, vá pensando
Pois quem fala com o vento, tem que estar imaginando

Foi falando como sanga, com seu jeito debochando
Numa longa gargalhada a flor d’água encrespando
La brisa calma del sauce quase muda de mansinho
Um sussurro ao ouvido, um romance, um carinho

No caminho fui pensando como um viejo cismador
Vou pedir pra um guitarreiro tocar pro vento cantor

Palha que entorna o mato, es peligro dos perigos
São tiflidos do passado, relembranças de perdidos
Lamenta o galho caído ao roçar no outro toco
Parece que ouve gritos de quem já estava morto

Foi tormenta de verão, veio logo a calmaria
Abriu o sol, ficou quietito, nem um galho se movia
Cantou longe o cardenal e o vento eu não ouvia
Foi-se embora o meu amigo, voltarei num outro dia

No caminho fui pensando como um viejo cismador
Vou pedir pra um guitarreiro tocar pro vento cantor


Falquejando


Falquejando
(Miguel Bicca, Sabani Felipe de Souza)

Diferença de palmo e serviço grosseiro
Se não fica no prumo e o prego que puxa
Por isso falquejo no braço do pinho
Canções que só falam da alma gaúcha

Meu verso é timbrado a cascos de potro
No barro vermelho de algum corredor
As vezes é tigre cuidando da cria
E as vezes se garra cantando o amor

Por isso que canto os versos que faço
Falando de campo, de rios e cavalos
De cordas trançadas, chalanas, machados
De arroios bufando e de como cruzá-los

Quem canta os encantos do canto onde vive
Tem mais do que muitos que canto não tem
Se vão os poetas, mas ficam os versos
Caminhos e rumos pra outros que vem

Sonho, Flor e Truco

Sonho, Flor e Truco
(Carlos Omar Villela Gomes)

O sonho é marca que encandece em brasa
Retoçando o peito machucando o couro
O sonho é alma que fugiu de casa
Só pelo gosto de se renegar

Já não tem olhos pra mirar solito o fundo das grotas
Seguindo os passos de algum par de botas
Criando história por este lugar
Já não esconde que seu horizonte é maior que a estância
E os olhos teimam em campear distâncias
Que existe o mundo pra se rebolcar

O sonho é vida que trocou de ponta
Que pechou de frente que mostrou a cara
É um braço grande de abraçar o mundo
Um laço forte pra pealar a dor

O sonho é um potro galopando livre pelo tempo afora
Por mais que o mundo lhe apresente esporas
Não foi parido pra cabresteador
O sonho é um potro que não foi parido pra cabresteador

Tanta rodada por esses lançantes
Quem não se garante acaba estropeado
Mas se o tal sonho for dos bem gaúchos
Já se levanta e recomeça a andar

Este meu sonho é uma longa bruta de onde tiro os tentos
Trançando os dias onde me sustento
Pelos arreios que a vida me dá
Este meu sonho é feito um amigo estendendo a mão
Tem quincha buena do melhor galpão
É flor e truco sem calaverear

O sonho é vida que trocou de ponta
Que pechou de frente que mostrou a cara
É um braço grande de abraçar o mundo
Um laço forte pra pealar a dor

O sonho é um potro galopando livre pelo tempo afora
Por mais que o mundo lhe apresente esporas
Não foi parido pra cabresteador
O sonho é um potro que não foi parido pra cabresteador

Como Se Morre Um Homem Valente

Como Se Morre Um Homem Valente
(Gujo Teixeira,Sabani Felipe de Souza)

Vai pelo tempo, nestas terras do Rio Grande
Um povo índio que se ergueu da própria fé
E um guerreiro que entre a paz se fez na guerra
E pela terra teve o nome de Sepé

Nas reduções, nas palavras dos jesuítas
Tinha o progresso desta terra missioneira
Mas sob as pedras e o olhar dos sete povos
Cruzaram as tropas de espanhóis e suas bandeiras

Então Sepé Tiaraju clamou ao céu
Contra os tratados assinados além-mar
E o povo índio guarani de São Miguel
Empunhou lanças de bravura pra lutar

E eram lanças e cavalos contra as armas
E eram valentes contra a força dos canhões
Mas pouco a pouco foram erguendo-se as cruzes
E foi tombando o povo e o sonho das missões

E um dia um índio no comando de sua tropa
Contra o que os céus lhe avisavam por perigo
Tombou na terra em que lutou porque era sua
Na dor da lança e da garrucha do inimigo

Talvez a força do lunar que tinha a fronte
Guiasse o rumo verdadeiro de sua terra
Talvez por isso que no lombo de um tordilho
Buscasse a paz, e mesmo assim achou a guerra

Sobre esta terra uma história foi escrita
Que não findou nos campos de Caiboaté
Vive em quem sabe que esta terra ainda tem dono
Alma gaúcha e missioneira de um Sepé

Vai na coragem de cair, se erguer de novo
Sangrar na luta, mas querer seguir em frente
Mostrar pro tempo e pra história deste pago
Como se vive e se morre um homem valente

E eram lanças e cavalos contra as armas
E eram valentes contra a força dos canhões
Mas pouco a pouco foram erguendo-se as cruzes
E foi tombando o povo e o sonho das missões

E um dia um índio no comando de sua tropa
Contra o que os céus lhe avisavam por perigo
Tombou na terra em que lutou porque era sua
Na dor da lança e da garrucha do inimigo