(Flori
Wegher, Jauro Gehlen, Glenio Vieira)
Venho
de cima da serra, sou serrano sim senhor,
Sou
um tigre peleador, guardião desta fronteira,
Sou
abridor da porteira, prá aqueles que vêm em paz,
Sou
posteiro e capataz da invernada brasileira.
Se a
minha bombacha é estreita,
Não
é por falta de pano,
Pois
a lida de vaqueno me proíbe o exagero,
Se
diferente é o apêro e a bota é assanfonada,
Eu
herdei das carreteadas e dos birivas tropeiros.
Me
orgulho em ser serrano, pisador de geada fria,
Domador
de ventania, parapeito pro Minuano,
Sou
taipeiro veterano, sapecador de pinhão,
No
mundo que é meu galpão, sou monarca soberano.
Trago
retrechos na alma de cordeonas fandangueiras,
De
guitarras choradeiras, herdadas do velho mundo,
Acordes
do Pedro Raimundo, clarinando a madrugada,
Assobiando
pela estrada, na volta de algum surungo.
Prá
demarcar a divisa, plantei a velha bandeira,
Levantei
esta trincheira, prá rebater o invasor,
Sou
eterno bombeador da pampa continentina,
Tive
esta graça divina, sou serrano sim senhor.
Me
orgulho em ser serrano, pisador de geada fria,
Domador
de ventania, parapeito pro Minuano,
Sou
taipeiro veterano, sapecador de pinhão,
No
mundo que é meu galpão, sou monarca soberano.