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Gineteando Um Chamamé

Gineteando Um Chamamé
(Everson Maré)

Larga paisano que eu daqui não caio mais
Domar um potro é como bailar um chamamé
Numa cantiga de mangaço e sapucay
Qual de nós dois é o mais xucro já se vê

Se até a vida eu já domei numa volteada
Só não consigo é domar meu coração
Qualquer ventena não me tira dos arreios
Larga paisano que este não me põe no chão

Se calço espora me sinto, maior que um rei
Dono do mundo no lombo deste bagual
Enforquilhado eu mostro tudo o que sei
Sou da fronteira, por favor não leve a mal

Quem estudou na escola grande da campanha
O xucro ofício desta lida campesina
Gosta do lombo de um potro porque sabe
Que o mundo fica mais bonito aqui de cima

Enquanto o maula corcoveia campo afora
Me sinto um taura porque Deus me fez assim
E os olhos dela me iluminam nessa hora
Larga paisano que esta doma tá pra mim