Estrada
Nova
(Mauro Moraes)
Presas às argolas do freio,
Passando por trás das orelhas do pingo,
A inspiração tenteia na boca das horas
O focinho do tempo...
Solta no meio do mato,
É clareira perdida, campeada nos versos
De alguma poesia ,curtida pra fora,
Planchada de lado...
Pode estar na ressolana,
Resguardada de vento.
Ressabiada de inverno,
Acostumada ao berreiro
De algum novilho tambeiro
Nascido de vaca mansa...
Pode estar nas campereadas,
No toso de cola e crina,
Numa tropilha gateada,
Num mate de boas vindas,
Num trotezito chasqueiro
Pelas quebradas da vida...
Então tá, devagar
Que a estrada é longa
E a inspiração um lugar...
E a geada quando o vento levanta
É dia de encarangar!