Das Esperas Na Guerra
(Caine
Teixeira Garcia)
Um mate do
estrivo, um nó na garganta
A querência
pampeira sonhando ideais
Dois olhos
braseiros buscaram os seus
E o sol que
nasceu matizou nunca mais
No tino
guerreiro alçou perna e se foi
E o adeus no
portal ganhou olhos de rio
Adentrou a
tristeza no rancho fronteiro
Quando lá no
horizonte, o centauro sumiu
Foram dias e
noites de uma longa espera
Da china
valente de alma aguerrida
Não podia
crer que esperava em vão
Com o terço
nas mãos, um milagre pedia
Lembrava do
pai em seu triste destino
De formar
família e erguer sua morada
Até que um
dia, ao seguir os clarins
Encontrou o
seu fim num campo de batalha
Soubera
depois por um chasque mandado
Que a espera
acabara na lança inimiga
A silhueta
do amado ficou na lembrança
Para ser
reencontro, quem sabe em outra vida
Restou em
seu peito, amargura e saudade
E no colo a
semente que o amor concebeu
No cerro um
rancho e duas vidas marcadas
Pela ceifa
da guerra, onde um sonho morreu
Algum tempo
depois, a seguir seu legado
Viu seu
filho partir e pelear por sua terra
A mulher já
cansada, mirando distâncias
Cerrou olhos
por fim, em sua última espera
Nosso sul se
fez pátria e fronteira liberta
Pelo sangue
e bravura de homens gaúchos
Mas também
pela força de tantas mulheres
Que no
anonimato, aguentaram o repuxo