Da Boca Pra Fora
(Gujo Teixeira, Luiz Marenco)
Quando a palavra precisa
Da boca pra ganhar asas
Tem sempre um beijo guardado
Pra esconder o que ela traz.
Tem sempre um lindo sorriso
Que sabe estancar a dor
Porque a saudade faz parte
Da alma de um sonhador.
Cuidamos uma palavra
Pras horas que se precisa
Quando a voz tem sua vontade
E por si se realiza
E pode por mal falada
Ter suas garras afiadas
Deixando a vida marcada
Se o corte não cicatriza.
Tem vezes que a gente chora
Por coisas que nos habitam
Que ficam dentro da alma
Olhando a vida de longe.
Tem vezes que o sal dos olhos
Deixa a tristeza correr
Mas as lágrimas são minhas
E de quem as merecer.
Quando a palavra incomoda
Talvez por ficar tão presa
E se acostuma ao silêncio
Que volta e meia impera.
Os olhos voltam pra si,
O sorriso desencanta
Pela voz que a alma trouxe
E morreu junto à garganta.
Talvez por serem de tantos
E tantas vezes falada
A palavra traz a sina
De às vezes não dizer nada.
Mas quando menos se espera
Fala a sua vontade
Deixando dentro da boca
Um gosto ruim de saudade.
Tem vezes que a gente chora
Por coisas que nos habitam
Que ficam dentro da alma
Olhando a vida de longe.
Tem vezes que o sal dos olhos
Deixa a tristeza correr
Mas as lágrimas são minhas
E de quem as merecer.
Tem vezes que a gente chora
Mas da boca pra fora
Não fala nada.