Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Carlos Omar Villela Gomes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carlos Omar Villela Gomes. Mostrar todas as postagens

Réstia De Vida

Réstia de Vida 
(Carlos Omar Vilella Gomes, Jari Terres)

Talvez as palavras não bastem e os olhos não vejam o que existe além
Quando os versos florescem discretos as paixões do poeta florescem também
Talvez seja um cheiro de mato essa réstia de vida que me leva a lutar
Nesta terra onde encontro a pureza vou largando as tristezas que somei neste andar
Nesta terra onde encontro a pureza vou largando as tristezas que somei neste andar

O que seria do poeta se não existisse a beleza de cada lugar
Se a lua sumisse da noite e o vento em açoite gemesse ao soprar

Mas enquanto existir um a estrela algum rio que vagueia uma garça no céu
Sempre verde será a esperança e por estas distâncias o poeta terá seu papel
Pois o verso é um pequeno resumo a essência do sumo do que há em cada ser
E o poeta é quem busca esses rumos nesta parte do mundo que insiste em viver
E o poeta é quem busca esses rumos nesta parte do mundo que insiste em viver

O que seria da vida se um dia o poeta sem luz resolvesse calar
Sem a sanga pra matar a sede sem a flor sem o verde sem razões pra cantar
O que seria da vida, o que seria da vida, o que seria da vida sem razões pra cantar

O Arco e a Flecha

O Arco e a Flecha  
(Carlos Omar Villela Gomes, Piero Ereno)

Poesia é flecha, a alma é um arco...

Futuro é um alvo que a alma tem;
Estamos todos no mesmo barco...
Se ele naufraga vamos também!

Poesia é flecha que se projeta

Pelas nações, que de fome choram;
A alma é um arco nas mãos do poeta
Caçando as feras que nos devoram!

A flecha corta os confins do mundo

Sangrando as chagas que a fome fez...
Povos inteiros já moribundos,
Matando um sonho de cada vez!

O arco fica, mas manda a flecha

E a flecha voa com altivez;
Chora a miséria e, em nome dela,
Transpassa a carne da insensatez!

O arco dita as razões da flecha

E mostra o rumo sem hesitar;
A flecha é força que a tudo pecha
Quanto é justiça cortando o ar!

São arco e flecha sempre em vigília,

Que essa miséria tem rosto e nome;
Nos calcanhares dessas matilhas 

Que se sustentam de sangue e fome!

Tento a Tento

Tento a Tento
(Ângelo Franco, Carlos Omar Villela Gomes)

Se despediu o meu laço num fim de tarde por farra
Caúna justo num pealo, bem jogado de cucharra
Pegou as mãos feito um raio que o oito tentos mandou
Firmei na cincha do baio e laço então rebentou

O laço partiu ao meio se rebentou tento a tento
O potro se ergueu no pasto disparando contra o vento
Num jogo que eu sempre ganho talvez por dó ou capricho
A vida velha traiçoeira deu a vitória pra o bicho
Deu a vitória pra o bicho

Oiga-lê vida traiçoeira pealadora de mão cheia
Meu tombo vem de cucharra mas não vou trocar as oreia
Se caio num tombo feio, perco a pose e não a fé
Que mais rapido que um tigre galo bom fica de pé

Por vezes levanta poeira, cada tombo que se leva
Até o sol mais entonado um dia some na treva
Se refuga, se dispara, se busca o lado da grota
Se ganha um laço nas pata e o chão sumindo das bota

Mas não hay que levar susto, nem se encolher acoçado
Um dia o laço da vida fica seco e remalhado
E quem pealou sem piedade e fez do mundo um rodeio
Contempla a triste verdade de um laço partido ao meio
De um laço partido ao meio

Oiga-lê vida traiçoeira pealadora de mão cheia
Meu tombo vem de cucharra mas não vou trocar as oreia
Se caio num tombo feio, perco a pose e não a fé
Que mais rapido que um tigre galo bom fica de pé