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Canto Ao Pastoreio

Canto Ao Pastoreio
(Eliezer Tadeu Dias De Sousa, João Bosco Ayala)

Boleio a perna num verso...
Do verso faço uma prece...
A inspiração transparece
Num simbronaço de luz
Que este negrinho traduz
A devoção da minha raça,
Que vive pedindo graças,
Como a um segundo Jesus...

E, como tantos, pedi
E também fui atendido,
Achei os sonhos perdidos,
De adelgaçados anseios...
E agora que sento arreios,
No lombo desses rosilhos,
É graças a ti, que encilho,
Negrinho do Pastoreio...!

Escreves por linhas tortas,
De forma certa e parelha...
E segue batendo orelha
Com tantos santos sangrudos...
Canonizados, fachudos
No pedestal das igrejas,
Mas tu tens campo e carqueja
E o Rio Grande acima de tudo...!

Te quarteou outro moreno,
Entre o tempo e a distância,
Também crioulo de estância,
Mesma alma em transparência...
Mesma cor na descendência
E o mesmo gosto por potros,
Encarnados um no outro
Pra sinuelar a querência...

Vos agradeço, parceiros,
Por esta graça alcançada,
Me deste céu e estradas,
E rumos a percorrer...
Pingos de lida e lazer,
Meus troféus de casco e crina,
O bem maior da campina
Que um Gaúcho pode ter!

Escreves por linhas tortas,
De forma certa e parelha...
E segue batendo orelha
Com tantos santos sangrudos...
Canonizados, fachudos
No pedestal das igrejas,
Mas tu tens campo e carqueja
E o Rio Grande acima de tudo...!