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Mostrando postagens com marcador Angelo Franco. Mostrar todas as postagens
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Rancho De Luz

Rancho De Luz
(Tulio Urach, Carlos Omar Villela Gomes, Gibão Strazzabosco)

Sentado à mesa um mate novo
A vela acesa, o olho turvo
Ouço mil cascos em disparada
Lá por de trás da coxilha,
E o negrinho gorgeia seu riso
Por ter achado a tropilha.

Dou-te o lume da vela a prece prometida
Encontrem minha alma que anda perdida,
A escuridão da noite ainda me trás
Espíritos que vagam sem ter paz
Aquerenciando o temor de encontrar,
Lá fora o fogo incensato do boitatá.

Aháááááá
São índios e padres
São negros, mulheres, soldados

Aháááááá
Que adentram o rancho
E mateiam proseando ao meu lado

Guiam-se pela prece
Aos braços abertos na cruz,
Enquanto a vela aquece
Os sonhos que povoam
Esse rancho de luz

Indago à Cristo na parede
Se pode um mate aumentar a sede
Na chama da vela que se desfigura
Vejo campo e nele ecos de loucura,
Faiscas de adagas a morte estampada,
Tempo das batalhas, de morrer por nada.

Murmúrios engasgados em pecado e dor
Clamam ao meu lado a mão do redentor,
Roque na fogueira sem um coração
Toma a minha prece como extrema unção
O aço De La Torre vem pedir perdão,
A fúria da criolla com sangue nas mãos

Aháááááá
São índios e padres
São negros, mulheres, soldados

Aháááááá
Que adentram o rancho
E mateiam proseando ao meu lado

Guiam-se pela prece
Aos braços abertos na cruz,
Enquanto a vela aquece
Os sonhos que povoam
Esse rancho de luz

Dou-te o lume da vela a prece prometida
Aháááááá

Tento a Tento

Tento a Tento
(Ângelo Franco, Carlos Omar Villela Gomes)

Se despediu o meu laço num fim de tarde por farra
Caúna justo num pealo, bem jogado de cucharra
Pegou as mãos feito um raio que o oito tentos mandou
Firmei na cincha do baio e laço então rebentou

O laço partiu ao meio se rebentou tento a tento
O potro se ergueu no pasto disparando contra o vento
Num jogo que eu sempre ganho talvez por dó ou capricho
A vida velha traiçoeira deu a vitória pra o bicho
Deu a vitória pra o bicho

Oiga-lê vida traiçoeira pealadora de mão cheia
Meu tombo vem de cucharra mas não vou trocar as oreia
Se caio num tombo feio, perco a pose e não a fé
Que mais rapido que um tigre galo bom fica de pé

Por vezes levanta poeira, cada tombo que se leva
Até o sol mais entonado um dia some na treva
Se refuga, se dispara, se busca o lado da grota
Se ganha um laço nas pata e o chão sumindo das bota

Mas não hay que levar susto, nem se encolher acoçado
Um dia o laço da vida fica seco e remalhado
E quem pealou sem piedade e fez do mundo um rodeio
Contempla a triste verdade de um laço partido ao meio
De um laço partido ao meio

Oiga-lê vida traiçoeira pealadora de mão cheia
Meu tombo vem de cucharra mas não vou trocar as oreia
Se caio num tombo feio, perco a pose e não a fé
Que mais rapido que um tigre galo bom fica de pé