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Pescoceiro


Pescoceiro
(Zeca Alves, André Teixeira)

“La pucha” o corpo delgado
“Bien cepillado”, pêlo de lontra!
Mal “empezado” traz no olhar a “mala suerte”
“Aun que” se enraiva o boleador troca de ponta.

Sempre atorado, desinquieto, relinchando
“Medio” pelado das “cadenas” do buçal
“Cavallo lindo pero lleno” de rancor
Por faltar o maneador e a ciência do bocal.

Morde a si mesmo, “sacando” o couro “del pecho”
E por “derecho” se desdobra num salseiro
Aperto a cincha, senta e abraça o palanque
Sempre com gana de extravear os meus arreios.

Por sem costeio “solamente es tenteador”
Sai me porfiando, canta a espora no garrão
E a tal confiança no ensino racional
Nos apresenta mais baldas do que função.

Que judiaria uma tronqueira desse porte
Ter o destino pelo bridão extraviado
Pois é melhor dar “uns tirão” e impor respeito
Que vê-los feito pescoceiro e desbocado.

Flor De Cinamomo

Flor De Cinamomo
(André Teixeira, Edilberto Teixeira)

Quando o vento galopeia
Pelo campo e, como um potro,
Deixa o peão de chapéu torto
Lagarteando na soleira,
Suas flores saem rolando
E vão, sem rumo, se enredando
Nos cavacos da lenheira!

E a copa dos cinamomos
Que da estância é a ante-sala,
A gingar, se despetala
Dos seus pássaros cantores.
Sua galharia se arrufa
Com o moleque lufa-lufa
Do chuvisqueiro das flores.

Linda flor de cinamomo
Que tem pétalas de espora
Sai rolando pátio a fora
Campeando o que não perdeu.
A vassoura é quem te espera,
Faz de conta, a primavera
No meu peito não morreu.

Pelo intenso movimento
De sua linda floração
São levadas pelo vento
Como uma chuva de verão.

Com o tapete de estrelinhas
Todo o chão fica azulado
Como um céu que foi pintado
Libado pelas abelhas.
Lindo é ver o peão caseiro
A dançar pelo terreiro
Varrendo o cisco de estrelas.