Alambrador
(Valdo Nóbrega, Lucio Yanel)
Ergue a pau o alambrador
E os buracos vão brotando
E os moirões se enfileirando
Que nem soldados pra guerra.
Um socado de capricho
Pra que ninguém se desgoste
Por grosso que seja o poste,
Não lhe deixa sobrar terra.
Gira a pua sai fumaça
Num moirão de guajuvira
E o alambrado se estira
Tal qual um pinho afinado.
O serrote marca os trastes
Já vem o atilho depressa
Se enroscando na promessa
De viver sempre abraçado.
Rabicho e morto de angico
Pra que o cinronaço agüente
Amordaça, gruda os dentes
Espicha firme o arame.
A chave enrodilha a ponta
Como quem guarda um segredo
Quando escapa e dá nos dedos
Alamaula, dor infame!
À noite á beira da carpa
Ao ver a estrela cadente
Três pedidos, num repente
Faz depressa antes que apague.
E a cada alambrado firme
Tenha outro pela frente
E um piazito sorridente
Para ensinar-lhe o que sabe.
Rabicho e morto de angico
Pra que o cinronaço agüente
Amordaça, gruda os dentes
Espicha firme o arame.
A chave enrodilha a ponta
Como quem guarda um segredo
Quando escapa e dá nos dedos
Alamaula, dor infame!
Gracias Luis