(Telmo de Lima Freitas)
O pulso é o fiel da balança
Empunhando a carneadeira,
Rude e guapa companheira
Para qualquer puxirão,
Corta da ponta ao gavião,
Cabo de pau falquejado,
Com três pinos remachados
Na empunhadura da mão.
Só vendo com que destreza
Sangra coureia e desmancha.
E segue pedindo cancha
Na munheca do Zé Grande.
A experiência que comande
No seu jeitão de carnear,
Vai tirando o costilhar
No estilo do Rio Grande.
Golpeia um gole daqueles
De afugentar mau olhado,
Avental ensanguentado
Cheirando a chão de sangria,
Tapado de judiaria,
Vai coureando a própria vida,
Cheirando a alma na lida
Pra retalhar mais um dia.
E quem passar na Glorinha,
Bem logo ali, mais adiante,
Vai encontrar um gigante
Prestativo ao seu dispor,
Um gaúcho, sim senhor,
Zé Grande por apelido,
Graças a Deus, bem vivido,
Açougueiro e carneador.
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