A Bruxa Da Estância
(Leonardo Quadros)
Noite de inverno gelado
Ela vem pelo costado e se esconde
no galpão
Trança a clina da potrada
Canta dança e dá risada metendo
medo no peão
É a bruxa aqui da estância
Que assombrou minha infância e
hoje voltou pra assombrar
Que me espia da janela
Do meu rancho sem tramela quando
empeço a milonguear
Bruxa véia campesina
É uma formosa china que se perdeu
por aqui
Te canto essa melodia
Pois eu sei que todo o dia vem
pro galpão pra me ouvir
Dizem que tu é malvada
Que tu é alma penada e que não
tem coração
Sei que tu é muy gaúcha
Me responda Dona bruxa porque
ronda meu galpão
Em noite de lua cheia
Tua vassoura veiaqueia e até
escuto os laçaços
Esssa Bruxa é muy Gineta
Crava espora na paleta e até
arranca pedaço
Pra mim que vivo lidando
Junto uns cobre trabalhando
nessas estâncias gaúchas
Pouca coisa não me assombra
Pois a miséria que ronda é pior
do que essa bruxa
A senhora não se acanha
Bruxa veia de campanha, venha pro
galpão comigo
Com grande satisfação
Vou cevar um chimarrão pra matear
junto contigo