Tempos Lindos
(Eron
Vaz Mattos, Cristian Camargo)
Tenho
canções no assovio
Que
juntei dos corredores
Misto
de amargos e flores
Refrãos
de sangas e grotas
Sinais
de loros nas botas
Riscos
de espinho e espora
Ontem
marcando o agora
Em
cada verso que brota
Final
de esquila na Estância do Arbolito
A
trotezito larguei meu rumo na estrada
Pealei
uns potros lá na Estância do Açude
Vim
“jogá” um truco na venda da encruzilhada
Comprei
uns “vício” no “boliche” do Quintino
Por
teatino me fui de trote chasqueado
Seguindo
rumo chapéu com poeira na copa
“Faturá”
tropa no Rodeio Colorado
Osvaldo
Moura, João da Guarda e o Marino
Tavam
domando na Estância das Casuarinas
Potrada
linda com vigor de campo bueno
Trote
sereno e maçaroca nas crinas
O
negro Cléo laçava rindo de tirão
No
mangueirão que o negro Adão embuçalava
Ciência
de doma nas voltas do maneador
Fibra
e valor nas tropilhas que amansavam
Escola
antiga do tempo do Diamantino
Índio
sulino com sabedoria pampa
Tinha
marcantes traços da gente charrua
Na
fronte nua livro de história na estampa
Xucras
vivências pelos rincões do meu pago
Por
isso trago no meu olhar de lagoa
Saudade
funda nublando os rumos que tenho
De
onde venho e a própria vida encordoa
Nesses
caminhos beirando canhadas
Enxergo
meu tempo na sombra que faço
Colhendo
milongas das aves que cantam
E
os pastos levantam depois do meu passo
Vive
a carência no meu canto de a cavalo
No jeito
antigo que tenho de tempos findos
Da
gente nobre que tinha campo no rosto
Da
estância ao posto naqueles tempos tão lindos!!
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