(Flori
Wegher, Luis Carlos Alves)
Desta
quincha centenária, vou gastando as horas largas
Enquanto
sovo o palheiro, vou mateando yerba amarga.
De
mano com a tristeza, solito nesta quietude,
Na hora
que o gado bebe nos remansos do açude.
O
abandono do campo me foi mermando a coragem,
Acolherado
ao desgosto empezo pensar bobagem.
Talvez
deixar a querência...o mundo que é meu galpão,
Prá ir
campear na cidade, remédio prá solidão.
Há
que restar um cavalo
Prá mim
que vivi domando
E repontar
meu destino
De lombo
duro troteando.
No
entanto meu parceiro, receio barbaridade,
De me
embretar na favela e ser mais um João Saudade.
Ou
então prá minha desgraça, que é pior que o matador
É virar
mais um sem-terra, acampado ao corredor.
Prá
o peão não há mais lugar, é a triste constatação,
A fartura
das estâncias só há na imaginação.
A
divisão da cidade foi também truco marcado,
Me destinaram
um perau com barracos pendurado.
Há
que restar um cavalo
Prá mim
que vivi domando
E repontar
meu destino
De lombo
duro troteando.
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