Onde Andará
(Gujo Teixeira, Joca Martins, Fabiano
Bacchieri)
Onde andará a silhueta desses
antigos campeiros
Que desenhavam saudade na
fumaça dos palheiros
E madrugavam setembros na voz
clara dos braseiros
Onde andará a
"mañanita" dos mates de gosto bueno
Da encilha dos gateados
contraponteando o sereno
E a humildade dos ranchos
guardando sonhos morenos
Onde andará o verso claro
ponteado numa canção
Que se espalhava em floreios
pelas tardes do galpão
E matizavam campeiros ao som
da gaita e violão
Onde andará a tarde longa das
ressolanas campeiras
Onde a alma desses tantos
cruzava além da porteira
Pra o mundo das invernadas por
não saber das fronteiras
Por onde andará o semblante de
um avô maragato
Que eternizou seu silêncio na
moldura de um retrato
E dos seus causos antigos
desses campeiros de fato
Quem sabe andam perdidas na
saudade dos avós
Ou presas dentro do peito
querendo saltar na voz
Mais bem certo elas se acham
guardadas dentro de nós
Nenhum comentário:
Postar um comentário