Da Alma Branca dos que Têm Saudade
(Gujo Teixeira, Joca Martins)
Da alma branca dos que tem
saudade
Brotam luzeiros pra clarear o
dia
E na madrugada junto a um fogo
grande
Repontam a querência que
estava vazia
E se repetem por saberem o
rumo
Que a vida toma por andar
vadia
Nem mesmo o tempo por ter
contratempos
Reconhece o sonho entre os
temporais
Que a alma inventa cada vez
que a gente
Se perde de um jeito de não se
achar mais
E se desespera por saber que a
espera
Pode ser pequena ou não findar
jamais
Cada vez que a alma por não
ter morada
Acha novo ninho pra pousar as asas
Uma outra alma oferece abrigo
Que a gente às vezes o
transforma em casa
E quando então uma saudade
fica
Junto a um fogo grande pra
soprar as brasas
E a gente chora de chover por
dentro
Por mais que essa dor nos siga
as pegadas
Nem mesmo que a chuva com suas
nuvens negras
Apague seus rastros que
marcaram a estrada
Daí então meu rumo possa ter
destino
De vencer distâncias e topar
paradas
E da alma branca dos que tem
saudade
O que a gente então pode
perceber
Que a luz dos olhos pode ser o
brilho
Que vamos tentando em vão
esconder
Pois quem tem os olhos de
olhar por dentro
Reconhece a alma por saber
querer
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