Apegos E Anseios Do Meu Canto

Apegos E Anseios Do Meu Canto
(Rogério Villagrán)

Rezo esta prece frente ao altar que me atrai
Aquerenciado nesta crença que levanto
Junto ao apego que sustenta minha gana
De ser terrunho, crioulo do chão que canto
Junto ao apego que sustenta minha gana
De ser terrunho, crioulo do chão que canto

Trago comigo tropilhas de pingos buenos
Rodeios grandes costeados nos paradouros
Gritos de venha que requintavam lonjuras
Em meio à poeira baguala dos corredores
Gritos de venha que requintavam lonjuras
Em meio à poeira baguala dos corredores

Levo por diante repontando pela força
Desta cantiga que alimenta um sonho pampa
O anseio pátrio que eu herdei dos que pelearam
Pra que hoje em dia seja um marco à nossa estampa
O anseio pátrio que eu herdei dos que pelearam
Pra que hoje em dia seja um marco à nossa estampa

Erguerei ranchos na imensidão do meu mundo
Deixarei rastros de tanto cruzar distâncias
Pra que a existência do meu canto se eternize
Com o mesmo entono de um grito de um peão de estância
Pra que a existência do meu canto se eternize
Com o mesmo entono de um grito de um peão de estância

Que ainda ecoa em algum fundo de campo
Alto e liberto num repique fascinante
Ganhando espaço a cada romper de aurora
Que o sol destapa levando o resto por diante
Ganhando espaço a cada romper de aurora
Que o sol destapa levando o resto por diante

Assim meu canto será mais que o meu destino
E algo disso deixarei pelos caminhos
Pra que algum dia eu escute em alguma boca
Coisas que eu sei que nunca cantei sozinho
Pra que algum dia eu escute em alguma boca
Coisas que eu sei que nunca cantei sozinho

Coisas que eu sei que eu nunca cantei sozinho…

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