Negro Bonifácio
(Luiz Bastos, Antônio Augusto Ferreira, Mauro Ferreira)
Mataram o Bonifácio num comércio de carreira
Caiu o negro peleando para que a morte sotreta
Se espoje na carne preta, sem perguntar: até quando?
Caiu o negro peleando.
Era tão linda Tudinha,
De enfeitiçar qualquer um.
E aquele negro muçum,
Que encanto será que tinha?
Como entender seu achego?
Tinha nas mãos o Nadico!
Tanto moço branco e rico,
E aquele caso com um negro!
Em casos de valentia,
Há sempre um negro no flanco.
Bonifácio fosse branco
Nem história se teria.
Caiu o negro peleando para que a morte sotreta
Se espoje na carne preta, sem perguntar: até quando?
Bonifácio teus direitos permanecem obscuros
Enredados nos impuros caminhos dos preconceitos.
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