Depois Das Léguas Da Carreteira
(Osmar Proença, Igor Silveira)
Na carreteira a estrela D’alva acorda os bois
Um galo canta, outro responde mais ao léu
Mate lavado, cafezito camboneado
E o dia avança luzindo um florão no céu
Madrugadita enserenada no potreiro
Luar prateando, boi no pasto, água na sanga
Enquanto a légua arranca notas do cincerro
O boi da aurora vem lamber o sal da canga
Meu pensamento encontra o vento e cria asas
Pra estar nas casa em meio a moda no rincão
Enternecer este motivo que eu sustento
Junto ao rebento e a mulher do coração
E da cantiga do cincerro bem atado
Faço um legado para os outros que virão
"Lenha embarcada e os avio das precisão...
Chamo do arreio a junta mestra veterana;
Meus bois da ponta tem muita estrada nos cascos
Que nem carece o marimbondo da picana..
Rancho andarengo na cadência da boiada,
Calmo assovio pra acompanhar tua cantiga,
No teu costado encho os olhos de Querência
E lavo a alma no regresso à gente amiga."
Cascos de bois fizeram rastro lado a lado
Na paz, na guerra, no plantio e na colheita
Enquanto o homem, o cachorro e o cavalo
Envelheceram no costado da carreta
Resta aos antigos um recuerdo, um devaneio...
Mirar nublado por debaixo do chapéu
Cada carreta um barco amigo no horizonte
Singrando as pontas entre os campos no céu
Meu pensamento encontra o vento e cria asas
Pra estar nas casa em meio a moda no rincão
Enternecer esse motivo que eu sustento
Junto ao rebento e a mulher do coração
E da cantiga do cincerro bem atado
Faço um legado para os outros que virão
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