Paleteada
(Rogério Villagrán, César Oliveira)
Vem se escorando no freio
Se enforcando na peiteira
E quase que se debruça
No grito de upa e se foi
Meu gateado frente aberta
Brazino nas quatro patas
Devereda se desata
E se acolhera com o boi
Num mouro marca de H
O Junico me faz costado
E o osco canela fina
Se para cheio de assombro
Meu gateado vem por cima
E mouro não frouxa um tento
E o osco espragueija o vento
Quando lhe cuspo no lombo.
Grito a grito, peito a peito;
Repontemo até o rodeio
Este matreiro teimoso
Que refugou na picada,
De à cavalo eu não refugo
Embora o tempo desabe
E o mais matreiro já sabe
Que me gusta a paleteada.
Paleteada é lida bruta
Nascida nas escramuças
Quando se apartavam tropas
Em machaços atropelos
A encontro e a bico de bota
Tirava o boi do refugo
Que reboleava o sabugo
Na direção do sinuelo.
Grito a grito, peito a peito;
Repontemo até o rodeio
Este matreiro teimoso
Que refugou na picada,
De à cavalo eu não refugo
Embora o tempo desabe
E o mais matreiro ja sabe
Que me gusta a paleteada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário