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De Bigode Repartido

De Bigode Repartido
(Rodrigo Bauer, Joca Martins)

Como é lindo e “devertido”
Um “bailezito” campeiro!
Que ao índio mais caborteiro
“le gusta batê fervido!”
Um salão de chão batido
Onde o gaúcho, se espiando,
Esquece a vida bailando
De bigode repartido!

Um gaiteiro distraído
Olhando para as percantas,
Vai animando a bailanta
Numa vaneira, perdido...
E “às vez” um mal-entendido
Faz com que o taura, berrando,
Pare rodeio peleando
De bigode repartido!

E, depois do “assucedido”
Monta no flete seguro
Que sabe enxergar no escuro
O rumo desconhecido...
Traz aguçado o sentido
O pingo de quem peleia
E topa a volta mais feia
De bigode repartido!

Chega assim, amanhecido,
Na estância após o domingo,
Saca os recaus do seu pingo
E encilha um baio temido,
Que sai teso e recolhido,
Troteando de lombo duro
E o índio prevê o apuro
De bigode repartido!

Não se assusta o prevenido
Quando o baio se escancara...
De repente esconde a cara
Não se dando por vencido!
Mas sente o choro doído
Da espora mordendo o couro
No garrão do índio touro
De bigode repartido!

É assim o tempo vivido
De quem é livre qual vento,
Não se enreda em casamento
Nem em nada parecido;
Habita o campo estendido
No ofício de campereá-lo
E cruza a vida a cavalo
De bigode repartido      

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