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Zainito Pica-Flor


Zainito Pica-Flor
(Mauro Moraes, Evair Gomez)

Que atrevimento d’um zainito pica-flor
Contra a cerca de um corredor
Quis “dispará” com os “arreio”...
Vinha num tranco, sofrenei, “boleei” a perna
Pra curar numa macega
Um pampita marca e pelo!

Deu um bufido tentando buscar a grota
“Assustei” o cabresto,
Quase que se descogota...
Curo o terneiro, dou rédea pra esse “veiaco”,
Só pra “vê” se ele é guapo
Comigo em cima do arreio!

Entre o bufido e a roncadeira pausada,
Cuidava o pata pelada,
O ferro esquerdo do estribo...
Não sou bandido nem gosto de judiaria,
Mas potro da minha encilha
Tem que fazer o que eu digo!
Não sou bandido nem gosto de judiaria,
Mas potro da minha encilha
Tem que fazer o que eu digo!

Um pé no estribo, “saltô” quase metro e meio,
Mordendo a perna do freio
Coiceando o taco da bota...
Mas não me importa, tampouco conto com a sorte,
Pois o jeitão d’um “corcóveo”
Pra mim é mesmo que trote!

Dei um costeio no maula por pulseador,
Pra que aprenda a dar valor
Do custoso de uma doma
Por renegado, no couro deixei caroço
E umas “valeta” no pescoço
Das esporas “querendona”!