Vaga Para O Vento
(Oacy Rosenhaim, Hermeto Silva, Beto Castelarim)
Vê bem esse vento gelado que passa
Que sopra fumaça e verga o tarumã
Que é puro selvagem
E marca passagem
Cortando até alma
Nas frias manhãs
Escuta essa voz e reflete contigo
Nesse canto antigo de falas divinas
Que corta as coxilhas
Embala as flexilhas
E assusta até o flete agarrando suas crinas
De onde virá?
Qual será seu destino?
Gaudério e teatino
Sem rumo e sem trilha
Trará na memória
Por rastro de história
As patas do tempo pingaço que encilha
O que terá visto?
O que irá presenciar?
No seu galopar por planuras e montes
Trará em sua mala esvoaços de pala
Ou negras mortalhas de trás do horizonte
Ouviste esse grito tão velho e sofrido
Se ora aguerrido ora triste profundo
Nas vezes sem conta que nuvens reponta
Rever o padrinho pros duelos do mundo
O vento Minuano é que inspiro esta vaga
Que varre essas quadras
Nas frias manhãs
Que é puro selvagem
Que marca passagem
Soprando a fumaça a vergar tarumã