(Luiz
Felipe Delgado)
Me
fiz cantor nas tropeadas
Cantando
pra tropa em marcha
Forjava
as minhas pajadas
Curtindo
o sem fim da estrada
E
os pelinchos no alambrado
Se
balançando ao vento
Pareciam
dar compasso
Aos
versos do meu lamento
Meia
garrafa de canha
Dormida
sob os pelegos
Pura,
santa, campechana
A
quem nunca dei sossego
Cada
gole que eu sorvia
Mais
o canto se aprumava
E o
cantorzito de aporfia
Cantando
coplas, tropeava
Destino,
meu boi da ponta
Saudade,
meu boi sinuelo
Cantando,
virando ronda
Eu
nunca boleei, parceiro
E
qualquer quarto de lua
Que
prateasse a pradaria
Surpreendia
a voz xirua
Do
cantor em cantoria
Ontem,
tropeiro a cantar
Hoje,
eu cantor sou tropeiro
A
repontar gordas penas
No
meu destino estradeiro
Pras
pousadas, minha canção
E
se achas pouco, parceiro
Juntito
ao pé do braseiro
Te
deixo meu coração
Joao De Almeida Neto - Tropeiro Cantor by Guascaletras