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Sacudindo a Crina

Sacudindo a Crina
(Dionísio Costa)

Na hospitalidade de um rancho sem luxo
É onde um Gaúcho é bem mais feliz
Curtido no tempo, à poeira e fumaça
É um templo da raça, no sul do país
Ali o Rio Grande no sangue rebróta
Cadenciando as notas que vem da vanera
A cordeona arteira fazendo folia
Reponta alegria pela sala inteira

O taura se solta sacudindo a crína
E o cheiro da china no ar sarandeia
O xucrismo guapo na gaita se acampa
E a alma do pampa no surungo apeia

Quando a cordeona, sagrado instrumento
Faz um chamamento pra bailar de novo
A alma do pampa ali se retrata
Bailando resgata a grandeza de um povo
São essas noitadas de amor à querência
Pela convivência de seres iguais
Que afirmam pra o mundo o nosso civismo
E que o gauchísmo não morre jamais