Romance De Outro Mariano
(Gujo
Teixeira, Jairo Lambari Fernandes)
Depois
das luas Rosa Flor mimava um piá
De
olhos calmos, bem querer e olhar risonho
Se o
tempo moço tinha espera pra lhes dar
Então
a vida lhe entregou bem mais que um sonho
Outro
Mariano pra encilhar junto com o pai
Seu
peticinho baio ruano e bom de patas
Era
um campeiro mal calcando o pé no estribo
De boina
negra, de bombacha e alpargata
Mariano
Luna lhe ensinava o jeito certo
De encilhar,
firmar nas rédeas e sujeitar
Ia
contando ao piazito sobre a vida
E o
que ela tinha de bom pra ofertar
Pela
ansiedade Rosa Flor era um sorriso
Que
se perdia entre as flores da janela
Depois
de um mate a mesma cena repetiu-se
E
os dois Marianos acenaram na cancela
Mariano
Luna ai ao passo no seu baio
E o
peticinho rédea atada que obedece
Outro
Mariano que aprendia ser do campo
Pequeno
mundo bem maior do que parece
E
Rosa Flor então sabia nos seus mates
Que
era o tempo cruzar poucas primaveras
Que
o guri ia também encilhar baios
Porque
a vida é um ciclo eterno de espera
Mais
uma vez a estrada foi e despedia
Pois
pra quem fica uma manhã é a vida inteira
E
os dois Mariano já voltavam do potreiro
Pra
Rosa Flor e sua saudade costumeira
Então
o rancho agora em três é bem maior
Bombachas
grandes e pequenas no varal
Só
o silêncio nunca mais foi o mesmo
Pra
um romance que jamais terá final