(Márcio Nunes Correa, Fabiano Bacchieri)
Da minha tropilha crioula
Que mal chegou do banhado,
Trazendo barro encruado
Cardando pêlo e crina
Aparto o mouro tapado
Pra sentar um cogodilho
E acomodar meu lombilho
Pra lida que é minha sina
Quando encilho pra rodeio
Minha rosilha prateada
Uma corneta afiada
Vai desenhando o pescoço
Sento um de passarinho
Pra depois correr um cacho
Desses de amansar debaixo
Só pela arte de moço
Por isso que de a cavalo
Num pingaço bem tosado
Me sinto tão arranchado
Na querência tricolor
Porque me gusta demais
A contradança parelha
Da franja lambendo orelha
De um gateado escarceador
Pelos Vinte de Setembro
Numa zaina amilhada
Que abanando a cola atada
E embalando o meio-toso
Faz a sua reverência
Firmando a marcha troteada
Na avenida que é a morada
Pra o campo fazer seu poso
Que lindo um ponta de lança
Num curso bem calibrado,
Em matungo bem tosado
Um defeito vira nada.
Se o toso for beliscado
Eu tenho uma lei sulina:
Faço um de cola e crina
E devolvo pra invernada
Por isso que de a cavalo
Num pingaço bem tosado
Me sinto tão arranchado
Na querência tricolor
Porque me gusta demais
A contradança parelha
Da franja lambendo orelha
De um gateado escarceador