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Os Três Estados Da Milonga

Os Três Estados Da Milonga
(João Stimamillo, Miguel Tejera)

É pedra, é preciosa!
Solidez da criação.
É terra, tão caprichosa,
Onde se afirma a plantação!
Milonga é dura de se vergar,
Mas amolece no coração.
É fio de faca, argola de laço
No aço do estribo, firmeza pra nós!
É bala que mata, é lata e cambona!
Bombilla pro mate, e um cantar de chorona!

Milonga é pedra! Milonga!
Milonga é água! Milonga é ar!
Milonga é pedra! Milonga!
É Terra-mãe! É rio! Milonga é ar!

É fonte de água pura,
Regalo pra se beber!
É chuva nessas lonjuras
E o tempo de renascer!
Milonga que molha os tentos
Faz corda nova pro trançador!
Murmúrio de sanga, tirada de freio,
Campo encharcado e olho-de-boi
É boa vertente, despeja no lombo,
Na calma do rio a enchente se foi!

É ar que se respira!
Espalha vida na imensidão!
“Nos traz” bênção divina
Bem lá de cima até o chão!
Milonga leve que faz voar
Cabelos dela, minha paixão!
É nevoa serena, perfume de flor,
Vapor do calor de muitos verões!
É cheiro de pasto depois do aguaceiro,
Aquele palheiro, e o fogo de chão!