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CARNEADOR DE TROPA

Título
CARNEADOR DE TROPA
Compositores
LETRA
LUCIANO ROSA
MÚSICA
PAULO ROCHA
Intérprete
GRUPO REPONTE
RICARDO PORTTO
Ritmo

CD/LP
A MODA FANDANGUEIRA – GRUPO REPONTE
NO TEMPO DAS CASA VÉIA – RICARDO PORTTO
Festival

Declamador

Amadrinhador

Premiações


CARNEADOR DE TROPA
(Luciano Rosa, Paulo Rocha)

Avental de estopa branca um lenço na cabeleira
A Solingen marca touro não respeitava tambeira
Sangue corria na folha nesta faca carneadeira
Que se mesclava com o bufo numa nuqueada certeira

Reluzia na fivela resíduos de sebo quente
Quando engraxava o sovéu com o boi que lhe viesse à frente
Dando de encontro com a morte pra deixar de ser vivente
Morria dando pataços, bufando e rangindo os dentes

A vida traz atropelos pra quem se topa com a sorte
O boi arrepia o pêlo quando sente a dor do corte
Nunca fica pra sinuelo, dando de cara com a morte

Tirava o couro com jeito com calma e muita paciência
Pois nos abates de campo tivera grande experiência
Herança dos velhos troncos ao longo de uma existência
Conhecido nas estâncias por carneador da querência

Da tarca perdeu os contos, da faca morreu o fio
Da chaira restou o cabo, do candeeiro só o pavio
E clareou noites de ronda enfrentando chuva e frio
Quem foi carneador de tropa conhece o tal desafio

A vida traz atropelos pra quem se topa com a sorte
O boi arrepia o pêlo quando sente a dor do corte
Nunca fica pra sinuelo, dando de cara com a morte