TÍTULO |
MANANCIAL |
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COMPOSITORES |
LETRA |
ANTONIO CAMINHA |
MÚSICA |
MARCELLO CAMINHA |
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INTÉRPRETE |
MARIA ALICE MARCELLO CAMINHA |
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RITMO |
MILONGA |
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CD/LP |
37º PONCHE VERDE DA CANÇÃO GAÚCHA |
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FESTIVAL |
37º PONCHE VERDE DA CANÇÃO GAÚCHA |
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MÚSICOS |
MARCELLO CAMINHA - VIOLÃO GUILHERME CASTILHOS - VIOLÃO DIEGO CAMINHA - BAIXO SALIM DIAS - PERCUSSÃO |
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PREMIAÇÃO |
1º LUGAR |
MANANCIAL
(Antonio Caminha, Marcello Caminha)Bem lá no ermo do pampa
Segue pelo seu compasso,
Sofre em geada e mormaço,
Respira na chuva ao vento.
Entre terra e pajonal
É seda para o relento
E as marcas do manancial
São rastros de alma e lamento.
Assim, do fundo do campo
Inveja ao longe a coxilha
- Com tanto brilho e flechilha
Parece no céu entrar -
Começa como nascente
Termina no desaguar
É seca num sol ardente
Esperando a chuva chegar.
Se encontra na calmaria
Num retrato de existência,
Tem nos rincões a essência
Que renova a cada dia.
Reponta um sonho distante
Que o pensamento abrevia
E na alma do Rio Grande
É água, barro e poesia.
Não lembra tempos passados,
Mas anseia ser liberto;
Namora as pedras por perto
No romper da madrugada…
E no seu remanso rude,
Traz a querência estampada!
É raiva mesmo em quietude
– Senhor de sangas e aguadas –.
É matreiro pra o inverno
Quando o gado berra a fome;
Às vezes quase se some
Pelas secas de verão.
É canto no tremedal,
Mistério na cerração
E assim é, Manancial,
Por silêncio e brotação.