Lá Pro Quinto Distrito
(Volmir Coelho)
Abri meus olhos pra dentro
Montado no pensamento
Cheguei na velha cancela
Que pro ranchito me leva
De onde eu vim já faz um tempo
Beirando a sanga onde um dia
Matei a sede do pingo
Das minhas pilchas de domingo
Faceiro pras carreiradas
A minha alma brilhava
Mais que as rosetas da espora
O tempo me trouxe embora
E a saudade me retorna
Rodeado de paraísos
O velho rancho descansa
Contempla o vento e a dança
Das folhas das laranjeiras
Que adoçava as brincadeiras
Da gurizada sadia
Mate gordo ao fim do dia
Saudades pra vida inteira
Da vizinhança que ainda
Não mudaram e resistem
Os que hoje não existem
Deixaram lá sua semente
O campo é a alma da gente
Não morre nem se termina
Cada um tem sua sina
Somos passado e presente
Rodeado de paraísos
O velho rancho descansa
Contempla o vento e a dança
Das folhas das laranjeiras
Que adoçava as brincadeiras
Da gurizada sadia
Mate gordo ao fim do dia
Saudades pra vida inteira
Abri meus olhos pra dentro
Montado no pensamento