Duelo De Adagas
(Luiz de Martino Coronel, Ewerton Ferreira)
- Um tropeça e outro cai -
O queixo duro da mãe,
O mesmo silêncio do pai.
As fainas do dia-a-dia
Carregavam ombro a ombro.
E tão bem se entendiam
Como o vulto e sua sombra.
Apostavam no mesmo baio,
Mateavam horas a fio.
No mundo não há quem explique
As razões do desafio.
Lutaram por sesmaria
Ou por afago de fêmea?
Ou quem sabe o braço afoito
Ou mesmo a boca blasfema?
Beberam jarras de ódio,
Comeram rações de avareza.
A ambição e a ganância
Sentaram na mesma mesa.
Poncho atado um no outro
E as adagas de um bom corte.
Enlaçados pelo ódio.
Abraçados pela morte.
Duas vertentes de sangue
Se encontram logo em seguida.
Nem mesmo a morte separa
Os rumos daquelas vidas.