(José Carlos Batista de Deus, Jairo Lambari Fernandes)
Até parece um retrato tirado em dia de festa
Chapéu clareando na testa cada vez que me enforquilho
Num dos crioulos que encilho prá me tornar soberano
Frente ao destino cigano que passa de pai pra filho
Feito uma estrela cadente que alumbra algum descampado
Meu baio de cacho atado atira o freio por graça
Honrando o garbo da raça que a própria história carrega
E pisa sobre as macegas igual se andasse na praça
Quando trago uma rosilha serena embaixo dos bastos
Remendo os caminhos gastos me boleando desse altar
Hay yerba para matear, um galpão pras guitarreadas,
Um verso nas madrugadas e um grilo pra me escutar
Se meus bastos não têm velas prá navegar nos varzedos
Sei que me basta o segredo de apertar cincha e bocal
E me agrandar no recau de um mouro que a tresontonte
Cismou ser mais que o horizonte bebendo a estrada real
Um gateado flor de estampa prá pontear uma tropa bruta
Ou sair em reculuta sem ter pressa de volver
Quem faz a vida escorrer da cadência de um bom pingo
Traz um olhar de domingo prá cada sol que nascer
Quando trago uma rosilha serena embaixo dos bastos
Remendo os caminhos gastos me boleando desse altar
Hay yerba para matear, um galpão prás guitarreadas,
Um verso nas madrugadas e um grilo pra me escutar
Embaixo Dos Bastos - Jairo Lambari Fernandes by Guascaletras