(Jader
Leal, Mateus Lampert)
Tropeei
pela canhadas, do Carcávio ao Pedregal
Enquanto
a flor do pajonal desabrochava na invernada
Avistei
a lua prateada, trazendo luz à escuridão
Como
o lume do lampião refletido na minha adaga
E
o baeta colorada, pronto para ser sinuelo
Costeado
pelo cincerro no trote da minha bragada
Uma
morena enfeitiçada vem pra ser meu pesadelo
E
motivos de atropelos nos rumos desta tropeada
Tropeiros,
homens campesinos, que levam a vida na estampa
Tentando
semear na pampa um pouco dos seus destinos
Quando
se vão ao passo, com a tropa encordoada
Deixam
a pampa marcada de cascos e sonhos perdidos
A
estrada se vai à lo largo, e o dia passa com pressa
A
vida fica às avessas nas patas de um cavalo
Quem
sabe o corredor reserve algo depois da curva
Pra
clarear a visão turva de um tropeiro ponteador
A
chuva senta a poeira de léguas de estrada dura
E
o meu aba larga se apruma com o vento que guasqueia
A
fumaça se enleia, enquanto a tropa descansa
Essa
sina é a herança dos vaqueanos da fronteira.