Atando O Cavalo
(Mauro
Moraes)
Milonga
afeita à luz de candeeiro
Na
ponta dos dedos traduz um violão
Conforme
a dor tapeia um sombrero
Tenteando
o cabresto da imaginação
Milongueia,
vida boa,
Milongueia
em “riba” dos animais
Milongueia,
nem que doa,
Milongueia
ao tranquito, “no más”...
Milonga
aberta às léguas do tempo,
Arrasta
os arreios olhando pro chão,
Conforme
for carneia pro assado
Atando
o cavalo de frente ao galpão...
Milongueia,
vida boa,
Milongueia
em “riba” dos animais
Milongueia,
nem que doa,
Milongueia
ao tranquito, “no más”...
Milonga
atenta ao gado novilho,
Num
baio rosilho é só coração
Soltando
a mão ponteia o que sabe
Nas
horas do mate e de solidão...
Milongueia,
vida boa,
Milongueia
em “riba” dos animais
Milongueia,
nem que doa,
Milongueia
ao tranquito, “no más”...
Me
agrada a prosa milongueando campo fora
Quando
a vida se acomoda junto ao pé do fogão,
Me
lava a alma conversar com a matungada,
Apartando
a terneirada com as “ovelha” em criação...
Milongueia,
vida boa,
Milongueia
em “riba” dos animais
Milongueia,
nem que doa,
Milongueia
ao tranquito, “no más”...