Astronave de Papel
(Marco Aurélio Vasconcellos, Jaime Vaz Brasil)
É prima dos cataventos,
Mas não vive em cativeiro.
Ela conversa com anjos,
Veste sol no corpo inteiro.
Astronave campesina,
Astronave de papel.
Leva sonhos estrelados
Pelas fronteiras do céu.
Pássaro imóvel nas brisas,
Inquieto nas ventanias.
Asa aberta em tardes claras.
Passaporte de alegrias.
Na armação dessa nave,
Folhas leves e sortidas.
São remendos do espaço,
Com estampas coloridas.
Essa pandorga, tão mansa,
Que à mão dos ventos flutua,
Carrega olhos atentos,
Direto ao mundo da lua.
É uma janela nas nuvens,
Transportando as fantasias,
Do astronauta menino,
Que namora as três-marias.