Cinchado
Pelas Viría
(Frederico Rangel, Marcelo de Araújo Nunes)
Linda noite benza a Deus
Fiz “as cosa” bem ligeiro
Já varri meu galinheiro
Encerrei o boi poliango
Hoje se topa o fandango
Já bem sei por onde esbarro
Nos baile do João De Barro
Pra bailar de espora e mango
Me fui ao Rincão Da Bolsa
Pilchado bem a preceito
Pois me criei deste jeito
Pachola de toda feita
E quando um baile se ajeita
Já me aferventa os “pucheiro”
Vou adentrando faceiro
Atrás da china perfeita
No pezinho do ouvido
Despachei o que pensava
E como me ouriçava
Bombeando aquelas guria
Nem quando eu ia pras tia
Ficava naquele estado
Parecia um touro alçado
Cinchado pelas “viria”
É lindo quando a bebida
Da uma coragem pra gente
Já que qualquer um de frente
Com trova fica bem lindo
Com vinho eu chego sorrindo
Com manhas de sorro manso
Primeira chance eu amanso
Atraco e deixo tinindo
Dei uns talho na morena
Fazendo a volta na sala
Se aquerenciou no meu pala
Pedindo pra ir embora
E eu pra juntar nas esporas
Nem preciso de convite
Donde tiver um trago me grite
Que a alma o caixão escora
Me debruçava na copa
E golpeava um trago de vinho
Pois me sobrava os carinho
Mas a coragem faltava
E na hora me estaqueava
Como burro quando empaca
Saltava -mesmo sem graça
- Que nem galope de vaca
Intérprete:
Anderson Soares