À Flor da Terra
(Gujo
Teixeira, Leonel Gomez)
Cada
vez que o sol desponta erguendo um rubro pañuelo
Minh'
alma vai lá prá fora como uma estrela por sinuelo
E
se perde nas coxilhas e várzeas que sempre ando
Só
se encontra ao fim da tarde no galpão desencilhando
Parece
que a alma inteira tem sombras de corunilha
Por
entre campos extensos floridos de maçanilha
Por
certo também tem noites com o luzir de uma estrela
Aquerenciada
aos olhos de quem tem olhos pra vê-la
Vou
transpassando meu tempo e as ânsias redomonas
Num
verso escrito a lápis sobre a caixa da cordeona
Me
encontro num chamamé quando a saudade me bate
Ponteando
a alma em floreios nos intervalos do mate
Só
quem já teve nas botas unhadas de japecanga
E
pitangueiras floridas junto às barrancas da sanga
Consegue
ter pela alma flores brancas e espinhos
E
olhas d'água de campo prá seus extensos caminhos
Daí
então à flor da terra onde o destino floresce
É
que guardei uma imagem Que o olhar jamais esquece
É
que lá fora as manhãs tem som de gaita em floreio
E eu me vejo campereando pela invernada do
meio