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Pacholeio

Pacholeio
(Adriano Alves, Carlos Madruga)

Pacholeio meu bragado,
Redomão de boca atada
Com olhos de madrugada
E o pelo da noite escura;
Manso pro andar da “chirua”
Que trouxe embaixo do poncho
Depois de um baile de rancho
Benzido com a luz da lua...

Pacholeio a flor vermelha
Que “olfateei” preza na trança
Enquanto floreava a dança,
Com feitiços de candeeiro;
Som de guitarra e pandeiro,
Com resmungos de alpargata
E um grito de “outra volta”
Pra chamarra do gaiteiro.

Pacholeio o lenço branco
Bem atado a meia espalda
Por “galhardão” ou por balda,
Por ser gaúcho, bem pilchado;
Jaleco escuro, bordado
Adaga de prata e ouro
E estrelas pintando o couro,
Nas manchas do meu bragado.

Pacholeio algum “silvido”
Na volta dum corredor
Onde o sereno e a flor
Bailam o silêncio das horas;
E uma coruja “pachola”
Assombra quem quer cruzar,
Com um “encarnado” no olhar
E um canto claro de esporas.

Pacholeio meu bragado
Com olhos de madrugada,
Redomão de boca atada
Que pra “chirua” floreio;
Na noite dos meus arreio
Que trago embaixo do poncho
Depois de um baile de rancho
Benzido num “Pacholeio”.


Intérprete: Matheus Leal