TÍTULO
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NAS RAIAS DO OCASO
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COMPOSITORES
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LETRA
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NENITO SARTURI
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MÚSICA
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ANDERSON MIRESKI
NENITO SARTURI
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INTÉRPRETE
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NENITO SARTURI E GRUPO MANANCIAL
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RITMO
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MILONGA
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CD/LP
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12ª GALPONEIRA DE BAGÉ
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FESTIVAL
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12ª GALPONEIRA DE BAGÉ
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DECLAMADOR
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AMADRINHADOR
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PREMIAÇÕES
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1º LUGAR
MELHOR LETRA
MELHOR INTÉRPRETE: NENITO SARTURI
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NAS RAIAS DO OCASO*
(Nenito Sarturi, Anderson Mireski)
Quando às mãos falta a força e a firmeza,
O olhar insone já não sabe pra onde vai,
As idades se confundem e se somam
E nós, filhos, somos “pais” dos próprios pais..
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Nossos “braços” multiplicam-se na casa,
Espalhando corrimões nos corredores,
Então somos “arquitetos”, “engenheiros”,
Para, em vão, amenizar as suas dores...
Os sofás, os tapetes, as escadas,
São vilões, a assombrar o entardecer,
Das paredes do banheiro “brotam” barras,
Feito garras com a missão de proteger.
E nas raias da velhice, que judia,
Vislumbrando o fio da vida, que se vai,
Concluímos que, ao final, por ironia,
Todo filho vira “pai”, dia após dia,
No implacável ocaso de seus pais!
Então somos guardiões a quem, de graça,
Deu-nos vida e, por nós, tanto já fez,
Invertemos os papéis nessa “jornada”
- Vivenciando a derradeira “gravidez”...
Triste o filho que não busca ser constante,
Despedindo-se aos pouquinhos, cada dia,
E feliz daquele filho que dá o colo
Para a mãe quando a “passagem” principia.
Quando a vida se esvai, num sopro tênue,
Aninhado e abraçado ao seu “guri”,
Qualquer pai só quer sentir, ao fim de tudo,
Que seu filho está presente, junto a si!...
*Inspirada em Texto de Fabrício Carpinejar