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Peão das Horas

Peão das Horas
(Armando Vasques, Adão Quintana Vieira)

Quando se ergue um carijo em toscas varas
Braças de sol a lampejar pelo brazeiro
O gaúcho na vigília da erva mate
É peão das horas no Rio Grande missioneiro

As romarias de fumaça que levantam
Espantam tropas que se perdem céu a fora
E o tarefeiro na vigília do carijo
Neste momento, sem saber, é peão das horas

Na noite escura, o rubro vivo do braseiro
Tem mil luzeiros nos rodeios da erva mate
E o rebuliço nas manobras nos cancheios
Lembram gaúchos pelos campos de combate

O tarefeiro sempre alerta em prontidão
É sentinela a rondar nas sesmarias
É peão das horas, é gaúcho e maragato
Rondando tempos de degolas e sangrias

Se um pé de vento levantar as labaredas
É boitatá que vem varando a noite fria

Tarefeiro, tarefeiro, peão das horas
Na vigília do carijo, peão rondeiro
Lembras as rondas do Rio Grande de outros tempos
Som de cascos e adagas nos cancheios
Vê Honórios nos piquetes de fumaça
Maragatos no vermelho do brazeiro

Tarefeiro, tarefeiro, peão das horas
Sentinela dos carijos missioneiros


Intérprete: João Quintana Vieira e Grupo Parceria