A Mão Esquerda De Um Sábio
(Carlos Omar Villela Gomes, Arthur Bonilla)
Alguns dos meus alfarrábios
Alguns dos meus alfarrábios
Foi essa mão que escreveu;
Talvez os mais importantes
E bem maiores que eu.
A mão esquerda de um sábio,
A mão que me socorreu
Nos meus primeiros tropeços
Nesses caminhos sem Deus.
Não vou buscar nos relógios
As entrelinhas do tempo
Para encontrar os vestígios
Que forjam meus pensamentos.
Pela aridez das idéias
Ouvi conselhos fecundos,
Mostrando os códigos velhos
Que ainda regem o mundo.
Miro um olhar de colheita
De quem semeou mais além;
Um sábio e sua mão esquerda
Guiando os passos de alguém!
Miro o olhar de um gaúcho
Que enxerga o mundo também;
Muito maior que o planeta...
Quase do porte que tem!
Alma campeira e altiva,
Peito de pai e poeta...
A mão esquerda de um sábio
Das linhas tortas faz retas.
Entende as voltas da vida
E tem a vida completa...
Palanque bom que não cimbra
Pela postura correta.
Eu tenho orgulho do pai
E mais orgulho do homem
Que sabe bem aonde vai,
Mesmo se os trilhos se somem.
O elo que nos cativa
Não há destino que corte...
Quer sejam quantas as vidas,
Quer sejam quantas as mortes!
Intérprete:
Arthur Bonilla
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