Rodeio Das Entoradas
(Evair Gomez, Juliano Gomes, Rogério Ávila)
Aperto a cincha e alço a perna
Na primavera, fim de setembro
Nos campos lindos de boa aguada
Rumo à invernada juntar rodeio
Vejo uma ponta costeando a sanga
E uma polhanga apura o cio
De uma novilha, florão de pampa
Que traz na estampa, um ventre vazio.
Pego-lhe o grito numa canhada
E dentro do mato, vai retumbando
Salta uma ponta de rês falhada
Direto à aguada, vai retoçando!
Mugindo o gado, busca a coxilha
E um touro berra num jeito guapo
Ritual de campo que se alvorota
Costeando a grota, sente o olfato!
A marcha segue, rumo ao saleiro
E pra um campeiro, é lindo ver
O sol saindo e um vento quente
Que toma a frente, no amanhecer.
Somente a estância que assim torena
Retrata a cena rudimentar
Para rodeio com ciência
E não muda a essência do natural.
Cincha o avanço, o tempo antigo
Pelos rodeios das entoradas
Apara a cola e aparta um lote
Que segue ao trote pra outra invernada.
Intérprete:
Adriano Gomes
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