Despedida
(Vasco Velleda, Severino Moreira, Tiago Cesarino)
Fechei o último baio
Tomei o último amargo
Deixei o resto de mim,
E me larguei pelo pago.
Vai ao tranco meu cavalo
Que a sorte é mesmo assim
Vem comigo meu cachorro
Fazendo fiador para mim.
Não quis olhar para trás
O que tinha não quis ver,
Mas minha alma enxergava
E me fazia sofrer
No mais não deixava nada
Na face crua do chão
Afora a marca afundada,
Com a forma do meu garrão.
Indefinido destino,
Na incerteza do amanhã,
Sem a vastidão do campo
Sem o canto de um tahã.
Eu só levava comigo
Um retrato amarelado,
Uma estampa torena,
Um semblante enrugado,
Minha escola de campo,
Meu acervo sagrado,
... Semblante terno do avô,
Que a terra tinha levado.
Um amargor pela boca...
O campo todo vendido,
A vida no fio da faca
E o meu olhar perdido...
O rancho velho a mangueira,
E logo adiante a carreteira
Uma saudade veiaca
Me esperando na porteira
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