Desenredando Linhas
(Severino
Moreira, Zulmar Benitez)
A linha do
alambrado
Nunca serviu
para costura
O trem só
anda na linha
Guiado por
linha dura
A linha do
horizonte
Na retina se
segura
E o índio
fora da linha
Caminha para
a sepultura.
Quem anda na
linha reta
Não adentra
em confusão,
A linha que
afunda na água
Pousa na
linha da mão.
A linha
deste meu verso,
Agüenta
qualquer tirão,
Por ter
rabicho cravado,
Nas
profundezas do chão.
A linha da
folha branca
Também
alinha os escritos
E falar por
entre linhas,
Fica o dito
por não dito,
Está na
linha do rosto
O semblante
mais bonito
Só não
conheço a linha
Que demarque
o infinito.
Tem a linha
imaginária
Que reparte
o hemisfério
Também a
linha da vida,
Entroncada
no cemitério
Quando uma
moça “Dá Linha”,
O causo fica
mais sério,
Pois não há
linha que prenda,
O coração de
um gaudério.
A linha dos
alinhavos
Faz rodilha
num torçal
Tem linha
definindo raças
No sangue de
um animal,
E linhas
depois da vida
Que fogem do
natural,
É a linha
clara do bem
Ou linha turva
do mal.
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