Infância
Perdida
(João Pantaleão Leite, Nenito Sarturi, Luiz Lanfredi)
Perdido, procuro os campos e poente multicor
Já não vejo pirilampos alumiando o corredor
Sinto falta da bonança do meu sorriso criança
Resquícios de brisa mansa nas laranjeiras em flor
Nessa lembrança, vem saudade da distância
A minha infância se bandeou pra o lado oposto
Vai derramando a pipa d’água de meus olhos
Deixando trilhas pelas rugas do meu rosto
Cadê a tropa de mentira que jamais teve refugo
O meu lacinho de imbira, boleadeiras de sabugo
A tropilha malacara se perdeu numa coivara
E eu potro de taquara me fugiu com laço e tudo
Nessa lembrança, vem saudade da distância
A minha infância se bandeou pra o lado oposto
Vai derramando a pipa d’água de meus olhos
Deixando trilhas pelas rugas do meu rosto
Perdi o caniço franzino nas águas turvas do açude
Rolou meu sonho menino que nem bolita de gude
Sumiu a estampa fagueira qual pandorga caborteira
Numa tarde domingueira campeando minha juventude
Nessa lembrança, vem saudade da distância
A minha infância se bandeou pra o lado oposto
Vai derramando a pipa d’água de meus olhos
Deixando trilhas pelas rugas do meu rosto
Com seu bodoque certeiro, pacholice de piá
O mundo maula traiçoeiro me abateu como a um sabiá
Nos alambrados da vida campeio a infância perdida
Que as arapucas bandidas deixaram ao deus-dará
Nessa lembrança, vem saudade da distância
A minha infância se bandeou pra o lado oposto
Vai derramando a pipa d’água de meus olhos
Deixando trilhas pelas rugas do meu rosto
Os Monarcas - Infância Perdida by Guascaletras
Nenhum comentário:
Postar um comentário