De Manhãzita


De Manhãzita
(Leonardo Quadros)

De manhãzita, quando o sol já vai surgindo
Os galos cantam, acordando a madrugada
O dia é longo, e a lida empeza cedo
Café bem forte, pra sustância da indiada
               
Bater de argola, no galpão das encilhadas
E o trim da espora, contraponteando com os freios
Lá na mangueira,  já vai formando a tropilha
Pegamo a estrada, rumo a invernada do meio

Num grito de venha
Minha voz se mistura, com a tropa encordoada
Recorro invernada
Em meio a poeira que brota na terra
Num trono Crioulo
Bem bueno de boca, pra lida e estrada
Espora atada
E um relho de braça, minhas armas de guerra

Reponto o gado, do banhado da macega
Gritos de pega, e as vez algum sapucay
Lida sem luxo, mas com alma muy campeira
Há muitos anos, aqui na estância se vai

Algum malino, desses pampas colorado
Trocou de ponta, num sobre-lombo cuiúdo
Foi o Silvino, que por sinal bem montado
Botou um pealo, com seu sovéu cabeludo

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